segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Jim Jarmusch - Dead Man ( 1995 )




DEAD (parte1)         MAN (parte 2)






 Willian Blake -  Augúrios da Inocência

Para ver um mundo em um grão de areia
E um céu em uma flor selvagem
Segures o infinito na palma da tua mão
E a eternidade em uma hora
Um peito vermelho de tordo em uma gaiola
Põe todo o céu em fúria
Uma casa de pomba cheia de pombas e pombos
Estremece o inferno em todas suas regiões
Um cão faminto ao portão de seu mestre
Preconiza a ruína do estado
Um cavalo mal usado sobre a estrada
Clama ao céu por sangue humano
Cada grito da lebre caçada
Uma fibra do cérebro parte
Uma cotovia ferida na asa
Um querubim para de cantar
O galo-de-briga com as asas cortadas e armado para a luta
O sol nascente assusta
A ovelha mal usada traz conflito público
E ainda perdôa a faca do açougueiro
Aquele que treinar o cavalo para a guerra
Nunca passará a barra polar
Cada uivo de lobo e leão
Eleva do inferno uma alma humana
O balido o latido urro e rugido
São ondas que batem na costa do céu
O cervo selvagem errando aqui e lá
Protege a alma humana do cuidado
O cão do pedinte e o gato da viúva
Alimente-os e tu engordarás
Aquele que machucar a pequena garriça
Nunca será amado pelos homens
Aquele que levou o boi à fúria
Nunca será amado pela mulher
Aquele que atormenta o duende do besouro
Tece uma morada na noite sem fim
O garoto caprichoso que mata a mosca
Sentirá a inimizade da aranha
A centopéia na folha
Repete a ti o lamento de tua mãe
Não mates a mariposa nem a borboleta
Pois o Julgamento Final se aproxima
O morcego que se move perto do anoitecer
Deixou o cérebro que não acreditará
A coruja que invoca a noite
Diz o medo dos descrentes
O mosquito que canta sua canção de verão
Ganha veneno da língua da calúnia
O veneno da cobra e tritão
É o suor do pé da inveja
O veneno da abelha-de-mel
É a inveja do artista
Uma charada ou o cricri do grilo
É para a dúvida uma resposta apropriada
A polegada da formiga e a milha da águia
Faz a coxa filosofia sorrir
Aquele que duvida do que vê
Nunca acreditará faças o que quiser
Se o sol e a lua duvidassem
Eles imediatamente se esvairiam
Aquele que zomba da fé infantil
Será zombado na velhice e morte
Os brinquedos da criança e as razões do velho
São frutos de duas estações
O questionador que senta sorrateiro
Nunca saberá como responder
Aquele que responde a palavras de dúvida
Apaga a luz da sabedoria
Uma verdade dita com má intenção
Bate todas as mentiras que podes inventar
Alegria e tristeza são tecidos finos
Uma roupagem para a alma divina
Sob cada revés e ânsia
Corre uma alegria com seda trançada
É certo deveria ser assim
O homem foi feito para alegria e tristeza
E quando isto certamente sabemos
Através do mundo seguramente vamos
O bebê é mais que suas fraldas
Por todas essas terras humanas
Ferramentas foram feitas e mãos nasceram
Cada fazendeiro entende
Cada lágrima de cada olho
Vira um bebê na eternidade
Isto é pego pelo brilho da fêmea
E retornado para seu próprio deleite
O bebê que chora sob a varinha
Escreve vingança nos reinos da morte
Os mantos dos príncipes e os farrapos dos mendigos
São cogumelos venenosos nas bolsas do mesquinho
Os farrapos dos mendigos tremulando no ar
Rasgam os céus em trapos
O vintém do homem pobre vale mais
Que todo o ouro nas costas africanas
Um óbolo extorquido das mãos do trabalhador
Comprará e venderá as terras do mesquinho
Ou se protegido do alto
Aquela nação inteira vende e compra
O veneno mais poderoso já conhecido
Veio da coroa de louros de César
Nada pode deformar a raça humana
Como a fivela de ferro da armadura
O soldado armado com espada & pistola
Paralisado ataca o sol do verão
Quando ouro e gemas adornam o arado
Para artes pacíficas a inveja se curvará
Para estar numa paixão podes o bem fazer
Mas nenhum bem se uma paixão estiver em ti
A prostituta e o jogador pelo estado
Licenciados constróem o destino da nação
O grito da meretriz de rua em rua
Tecerá o sudário da velha Inglaterra
O grito do vencedor a maldição do perdedor
Dançam ante o carro fúnebre da Inglaterra
Toda noite e toda manhã
Alguns nascem para a miséria
Toda manhã e toda noite
Alguns nascem para a doce delícia
Alguns nascem para a doce delícia
Alguns nascem para a noite sem fim
Somos levados a acreditar numa mentira
Quando não vemos pelo olho
Que foi nascido numa noite para perecer numa noite
Quando a alma dorme em raios de luz
Deus aparece e Deus é luz
Para aquelas pobres almas que habitam a noite
Mas mostra uma forma humana
Àqueles que habitam os reinos do dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário